Quinta-feira, 6 de Setembro de 2007

Desabafo...

            Por vezes tenho as minhas dúvidas, gostava de saber o que sentes por mim?
            Embora distantes, sinto-nos cada vez mais próximos, a cada diz que falamos parece que cresço cá dentro... só preciso de uma palavra tua, um sinal!
 
Já sofri, já sofri muito e tenho medo de arriscar, mas gostava que fosses a pessoa ideal, por seres tão especial...
... Adoro-te
 
 
[Hoje este meu texto não tem nada demais, nada de artístico, simplesmente, é um desabafo meu...]
Música: Beijo - Pedro Abrunhosa

Segunda-feira, 20 de Agosto de 2007

Perdoa-me...

            Perdoa-me…
            Perdoa-me por gostar de ti…
            Por estar completamente perdido de paixão…
            Perdoa-me, meu “amor”…
            Perdoa-me por não ter coragem de me declarar…
            Perdoa-me por todas estas horas fabulosas que passamos e que não te consegui tocar…
            Perdoa-me por todas as vezes que olhei os teus lábios e não te consegui beijar…
            Perdoa-me por todas as coisas que eu não fiz e que devia ter feito…
            Perdoa-me por estares à minha frente e não te conseguir tocar…
            Perdoa-me…

Quero-te beijar...

            Olho para ti…
            Vejo o sorriso em teus lábios, irradias luz, alegria, paz e harmonia.
            Há um desejo em mim, ardente, quente, fecho os olhos e começo  a sentir, o calor da tua boca que me percorre os lábios, os teus braços que se envolvem em mim...
Quero-te...
Dou-te a mão, firme, suave, ficamos ali agarrados, no calor de uma noite de Verão…
Abro os olhos e, simplesmente, continuas, onde sempre estiveste, à minha frente!
Quero-te beijar…
RM*
Música: Tudo o que eu te dou - Pedro Abrunhosa
Sinto-me: Na dúvida...

Domingo, 19 de Agosto de 2007

Sozinho...

            Hoje estou impaciente, espero por ti. Dou voltas na cama, mesmo sabendo que hoje não estaremos juntos, espero por um sinal, um sinal de ti!
            Faz-me falta sentir o teu perfume, ver o teu sorriso e sentir-me abraçado pelo teu olhar…
Mais … peço mais … quero mais!!! Muito mais, preciso de ti… espero por ti.
 
RM*
Sinto-me:
Música: Sozinho de Caetano Veloso

Segunda-feira, 21 de Maio de 2007

Sentir...

            Não sei como me sinto. Aliás, nem sei se sinto...
            Hoje sinto-me apático, os meus sentimentos parecem estar presos a algo que não me liberta!
            Apetece-me fugir, conhecer novos lugares! Começar a minha vida do início, esquecer parte do que se passou comigo e, num lugar sem alguém que eu conheça, começar uma nova vida, mas não me deixam... estou sempre preso à vida que tenho aqui, preciso me libertar mas faltam-me as forças, já não sei se vale a pena lutar, despender as minhas forças. ESTOU FARTO... farto de lutar contra algo que nem sei o que é, talvez estou a lutar contra mim...
 
            Estou farto... sinto-me atado a um passado que não me permite mais viver a minha vida, sendo eu próprio, sem ter que forçar o meu sorriso quando, por vezes, só me apetece chorar...
            Por favor, Passado, deixa-me viver, devolve-me a felicidade de viver...
 
RM*

Segunda-feira, 13 de Novembro de 2006

...

Avançaram, abriram a porta o ar gélido daquele quarto chegou até ele, como que tentando petrificá-lo, para não dar aquele passo. Chegaram até ao corpo por identificar, destaparam-no e o Miguel, aí sim, ficou parado, não se moveu e simplesmente deslizaram-lhe pela face duas lágrimas...
-         Você está bem? – perguntou a enfermeira que o acompanhava.
O silêncio uma vez mais fazia parte do momento! Por fim, passados alguns segundos, o Miguel lança um enorme suspiro como que de alívio e diz: - Não é ela!!! Não é a pessoa que eu conheço. – e retira-se!
Nesse momento Miguel dirige-se para casa, contente, para contar a boa novidade, afinal ainda havia esperança!!! Ele entra em casa e rapidamente diz que a Maria afinal não estava lá morta. No entanto levantasse outra dúvida, continuavam sem saber do paradeiro dela. Até que a campainha de casa toca e desta vez sim era a Maria.
-         Maria estás bem? – Indagou a mãe!
-         Sim estou!!! Mas agora preciso descansar! Miguel precisamos de falar mais tarde!
-         Está bem!
 
E assim foi, a Maria foi para o seu quarto, tomou um banho e deitou-se sobre a cama!!! Esta sua ausência, tinha-lhe feito bem, tinha pensado sobre a sua vida, sobre o que queria e não queria, sobre a sua filha e finalmente tinha perdido todo o medo!
Lá em casa, as coisas tinham voltado ao ritmo normal! Mais tarde, Maria levantasse, procura entre as suas roupas um vestido que gostava muito e vestiu-o! Desce as escadas e tenta encontrar o Miguel, pede-lhe que meta a sua filha no carrinho e vão os três passear! Entraram num jardim que a Maria visitava muito e sentaram-se num banco de jardim, em frente a um lago, ouvia-se perfeitamente a água a cair, era totalmente relaxante, mas o momento foi interrompido pelo Miguel:
- Sabes tivemos todos muito medo, que te tivesse acontecido alguma coisa de mal!
- Não vou queria preocupar!
- Não há problemas!!! Sabes hoje à noite tenho uma surpresa para ti, já há algum tempo que espero por este momento, e levas a Lara connosco.
Neste tempo que se passou, o Miguel desenvolveu por aquele bebé um carinho tal que sempre a tratou como se filha dele se se tratasse!
E assim foi, como combinado, o Miguel às 20horas estava na casa da Maria para buscar as suas duas princesas! Ao entrar em casa, Maria já estava pronta e fez com que ele ficasse surpreso com a tal beleza que fazia acompanhar Maria, ela ostentava um vestido longo preto, bem junto ao seu corpo e com alguns brilhos, provocados pelas lantejoulas que o vestido tinha! No alto tinha o cabelo apanhado do qual saía os seu cabelo em lagos aspirais! Estava uma verdadeira senhora!
­- Estou surpreso! Estás linda! – diz o Miguel, que também não estava nada mal vestido, pois fazia-se acompanhar de um belo smoking, que lhe assentava perfeitamente no corpo, o cabelo com gel dando-lhe um toque mais “soft”. Miguel agarrou na Lara deu o braço à Maria e saíram os três. O Miguel tinha reservado um bar na praia só para eles. Um aspecto completamente romântico, veio de velas eu libertavam um aroma no ar perfeito, era a plena harmonia entre o espaço, as pessoas e os odores que pairavam!
A meio do jantar, já com a Lara a dormir, o Miguel teve a oportunidade que queria para fazer a revelação que guardou até este momento, ambos quiseres falar em simultâneo...
- Miguel acho que fiz mal aceitar este jantar! Mas mesmo assim decidi cá vir, somos amigos e vou-te agradecer para o resto da minha vida, um dia teres entrado para a minha vida e ter o privilégio de ser tua amiga, mas não te quero magoar...
- Mas eu não te pedi nada... -  e mete a mão no bolso!
- Eu sei mas antes que te antecipasses, precisava de dizer isto!!! És muito importante para mim e não te quero perder como meu amigo!
- Até parece que adivinhas o que ia fazer!
- Pois! Tu sabes bem o que passei e agora quero simplesmente viver com a minha filha, perdi os medos que tinha e tenho que aproveitar os momentos perdidos que tive!!!
            Obrigado por tudo! Quem sabe o que irá acontecer ainda??? – despediu-se com um beijo muito terno na face de Miguel. Agarrou na Lara e foi para perto do Mar. Os seus pés descalços beijavam a fina areia, sentou-se com a sua filha nos braços e ficaram ali as duas a desfrutar dos som das ondas a bater nas rochas...
 
            [Daqui para a frente a vida da Maria foi-se recompondo a cada dia que passava! A sua filha cresceu, as duas foram muito amigas, deram-se muito bem! E foram as duas felizes, ao lado da pessoa que a Lara sempre conheceu como seu pai!]
 
Fim
Sinto-me: Um Anjinho!!!

Sexta-feira, 3 de Novembro de 2006

IX - Diário de Maria

Era o Miguel. Todos olharam para ele na esperança de terem uma boa notícia.
A Maria?? – Perguntam.
O silêncio continuava... até que o Miguel começou a chorar. Todos ficaram preocupados, o aperto em seus corações foi cada vez maior. O Miguel, volta costas e dirige-se à saída.
-         Mas onde vais?
-         Deixem-me sair, volto já! Preciso respirar.
Embora o desespero em saber o que se tinha passado fosse imenso, todos concordaram em esperar para que ele se ficasse bem. Embora a resposta esperada, já fosse previsível, a esperança persistia em aparecer!
Alguns largos minutos depois, o Miguel volta à sala onde todos esperavam por ele, e começou a falar:
- Bem, peço desculpa por estes momentos, mas não consegui! Esta manhã depois de saber do desaparecimento da Maria, decidi ligar para os Hospitais mais próximo. Tive notícias num deles que tinham o corpo de uma mulher resgatado das águas do mar esta noite e precisavam do reconhecimento do corpo, eu vou lá agora! Só vos vim aqui avisar. Mas peço-vos fiquem em casa, prefiro ir sozinho, quando souber de tudo venho cá ter...
Sem mais palavras o Miguel saí e ficam todos em casa, no estado mais lastimável existente. Naqueles rostos podíamos ver toda a dor e sofrimento estampados na cara deles, rostos cheios de lágrimas...
Os minutos de espera foi dos piores momentos que poderiam ter existido, dado que se encontravam na incerteza de que se tratava ou não da Maria.
 
Por outro lado, o caminho que o Miguel percorreu até ao Hospital foi dos mais penosos que alguma vez tinha feito. Acima de tudo iria ao Hospital reconhecer o corpo de uma pessoa que tanto amava.
Chegou ao Hospital, e logo o fizeram acompanhar até à Morgue, antes de entrar fizeram-lhe ver que seria um acto difícil e quase que cruel e que teria que ser forte:
-         Sabe o que o espera lá dentro...
-... não é fácil! Tem que se acalmar cá fora um pouco, vamos lhe dar alguns minutos para se recompor, para se estabilizar porque assim não chega a lado nenhum! Tem que manter a calma.
            O Miguel simplesmente acenou, afirmativamente, com a cabeça. Acabou por se sentar num banco que ali existia, uniu as suas mãos e ficou ali um pouco a tentar pedir para que a mulher que estivesse lá dentro não fosse a sua amada.
-         Vamos estou pronto!
Avançaram, abriram a porta o ar gélido daquele quarto chegou até ele, como que tentando petrificá-lo, para não dar aquele passo. Chegaram até ao corpo por identificar, destaparam-no e o Miguel, aí sim, ficou parado, não se moveu e simplesmente deslizaram-lhe pela face duas lágrimas...
- Você está bem? – perguntou a enfermeira que o acompanhava.
 
RM
Sinto-me: Há espera do final...

Sexta-feira, 27 de Outubro de 2006

VIII - Diário de Maria

            Mesmo depois de o Miguel lhe mostrar que a ama, independentemente de tudo, ela não consegue esquecer tudo o que se passou na sua vida: um amor, uma filha, uma vida destruída, o resto de uma vida sem poder ver…
            Chega a noite e todos se vão deitar, já mais tarde a Maria levantasse, não conseguia dormir, a confusão reinava na sua cabeça, ela saiu de casa. Estava frio, passava por ali um carro ou outro, a Maria ia se guiando mentalmente pelas ruas que já conhecia desde pequena e que todos os dias, passava por ali, agora a diferença é que fazia aquele trajecto na escuridão mais sombria do que a própria noite. Ao caminhar, desequilibra-se e cai, volta a levantar-se!!!
            Volta a caminhar até chegar onde queria. Estava ali perto do mar, aquele era o seu lugar que sempre a ajudou a relaxar e a pensar. E acabou por ficar ali a noite inteira.
 
            No outro dia de manhã, todos lá em casa acordam e começam a tomar o pequeno-almoço, a Maria por norma era sempre das primeiras a acordar e então a mãe decidiu ver o que se passava. E quando a mãe entra no quarto a cama estava intacta e não havia sinais da sua filha ali estar, no entanto estava um pequeno gravador em cima da cama, que Maria tinha utilizado como diário destes dias diferentes da sua vida:
 
            “Dia 1 – Não acredito que isto me esteja a acontecer, não vejo nada, não posso ver a minha filha e tenho medo de lhe tocar, posso magoá-la ou deixá-la cair. Já a ouvi a chorar e até lhe toquei na cara, tem uma pele tão querida e fofa e quando lhe toquei ela manteve-se calma, como se soubesse quem eu sou.
 
            Dia 5 – … Não aguento mais com isto, vou dar em doida! Quero morrer…
 
 
            Olá a todos! Neste momento eu estou por aí, precisei de sair de casa porque não estava a aguentar mais estar aqui. É difícil para vocês imaginarem algo como isto, mas na minha situação o desespero já é grande.
            Portanto, peço que não me levem a mal, mas não estava mesmo a aguentar esta minha vida, eu não nasci para isto. E independentemente do que se passará hoje, depois de eu decidir o que fazer da minha vida, não me levem a mal, peço-vos que me compreendam! Cuidem da minha filha como até agora o fizeram, sei que fica em boas mãos. Gosto muito de todos vocês…”
            Toda a gente fica preocupada, até que a campainha toca!
            Era o Miguel…
RM
Sinto-me:

Domingo, 22 de Outubro de 2006

VII - Diário de Maria

            Embora triste, o Miguel saiu da sala, fez à vontade à Maria. Ela precisava de espaço!
            No dia seguinte a Maria estava preparada para regressar a casa e adaptar-se à nova vida. Mas ela estava muito magoada e passava os dias fechada no seu quarto e não queria que ninguém estivesse lá dentro! Da sua filha, simplesmente conhecia o seu rosto, as suas mãos, os seus pezinhos, tudo através de um simples toque. Tinha medo de pegar-lhe, podia deitá-la no chão, e a maior parte da sua revoltada era mesmo por não poder acompanhar melhor o crescimento dela.
 
            Dia após dia, a Maria parecia mais revoltada com o que o futuro lhe tinha reservado, respondia mal às pessoas, estava constantemente mal-humorada, a vida dela tinha-se transformado num inferno que ela não desejava viver!
 
            Um dia o Miguel entre no seu quarto e tenta falar com ela:
            - Olá, tenho andado a ganhar coragem para falar contigo.
            - Sim e que queres?
            - Que as coisas voltem ao normal…
            - … normal??? As coisas nunca mais voltaram ao normal…
            - Voltarão se assim o quiseres.
            - … eu não sou normal! Deixei de o ser!
            - Não digas isso … Antes de tudo isto acontecer eu amava-te e agora, mesmo depois de estares assim tão brusca connosco, continuo a te amar. Porque eu não te amo por seres alto ou baixa, gorda ou magra, morena ou loura… amo-te pelo que és!
 
            A Maria desviasse do Miguel e vai até perto da Janela. Ele segue-a e abre a janela, entra uma brisa que bate na cara dela.
            - Sentes a brisa que te bate na cara?
            - Sim…
            - Para senti-la e saber como é, não precisamos de a ver só de senti-la!
 
            O Miguel envolve-a em seus braços e os dois acabam por se beijar…
RM
Sinto-me: Bemmm!!!

Sábado, 7 de Outubro de 2006

VI - Diário de Maria

            O Miguel foi o mais rápido possível para o Hospital e quando lá chegou, os Médicos que acompanharam a Maria durante todo este tempo, falaram com ele.
            A Maria durante estas semanas tinha sofrido lesões graves e que se tornaram irreversíveis: - Infelizmente a Maria não irá recuperar a visão!
 
            Cega, a Maria estava cega! Embora tenha acordado, não consegue ver a luz do dia, nem irá ver o rosto da sua filha!
 
            O Miguel entrou no desespero, não sabia ao certo o que iria fazer. Como iria enfrentar a nova realidade que o esperava, como não transmitir à mulher que ama, que está triste com o acontecido e que não sabe como lidar com a situação.
 
            Miguel entrou na sala onde a Maria estava, ela encontrava-se ao fundo da sala, ele hesitou na sua entrada.
 
-         “És tu Miguel?”
 
Ele manteve-se no silêncio, não conseguia soltar uma palavra que fosse!!!
Avançou e agarrou-lhe no ombro! – Estás bem?
-         Como achas que estou? Como está a minha filha?
-         Não sei como estás, mas imagino...
-         ...imaginas? Como podes imaginar??? Não vou poder ver a minha filha! Não vou poder fazer o que sempre gostei de fazer!!! E dizes que ainda podes imaginar, cala-te que não sabes o que dizes.
 
E novamente o silêncio voltou à sala, Maria estava revoltada com o que o destino lhe tinha aguardado, sem querer magoou o Miguel com o gelo das suas palavras!!!
 
-         Saí... – pediu-lhe Maria.
-         Saí... por favor.- começa a chorar!
 
A nova realidade da Maria começava agora a ser outra, tudo o que estava habituada a ver, agora passa apenas a ser fruta das suas recordações. Da sua filha, tem, simplesmente, a recordação do seu nascimento. E esta é a maior mágoa que, neste momento, guarda dentro de si.
 
                        Para Maria, tudo está a começar, agora, será que acaba por aqui???
 
            [Bem é verdade, podem-me chamar de vadio!!! Como alguns de vós devem ter visto no meu outro Blog – Criticalhando – fui de férias, todos nós precisamos de descansar e de dar resposta aos nossos timings. Depois das férias, que souberam muito bem, conseguir voltar a escrever algumas linhas desta história, dando uma volta ao inial que tinha sido pensado, vamos lá ver como termina e como dizia o outro: - Não perca o próximo episódio, porque eu também não!!!]
Sinto-me: Cheio de Energia...

Quarta-feira, 30 de Agosto de 2006

V - Diário de Maria

            Ao chegar ao consultório, esperava por ele um médico. O Miguel estava muito preocupado. O médico, basicamente, quis avisar que a Maria não apresentava as melhoras! E que o melhor que tinhas a fazer, era irem para casa. A bebé seria tratada pelas enfermeiras entretanto, e o Miguel não tinha porque se preocupar.
 
            Passaram-se semanas, a bebé, acabou por vir para casa dos avós e o Miguel estava a ajudar imenso. Afeiçoou-se muito a aquela criança, era o motivo que o fazia sorrir, enquanto a mulher que amava se encontrava deitada na cama, sem um único movimento que a fizesse trazer para a vida!
 
            Todos os dias, o Miguel passava pelo Hospital. Sentava-se junto à cama e contava como estava a evoluir a menina. Dizia também que ela estava muito a precisar da mãe e que tinha que se recuperar rapidamente.
Estes foram passos que passaram a fazer parte da vida de Miguel, que nunca se deixou ir abaixo, nem mesmo nos piores momentos. Por outro lado, a chamada que tinha feito aos pais de Maria, no dia em que entrou em coma, fizera com que estes tomassem consciência de que a filha era importante para eles e tornaram-se uma óptima ajuda para cuidar da bebé.
 
            Três semanas mais tarde, ligam do hospital para o Miguel:
            - Estou sim! É o Miguel Abreu?
            - Sim, o próprio!
            - Agradecíamos que viesse ao Hospital onde a Maria está internada.
            - Mas o que se passa? Acordou do coma?
            - Não lhe posso adiantar nada, agradecia que estivesse cá ainda esta manhã!...
RM
Sinto-me: Esperendo as Férias...

Terça-feira, 15 de Agosto de 2006

IV - Diário de Maria

            A Maria cai sobre a cama, sem sentidos. Os médicos agarram na cama e correm pelo corredor e desaparecem ao fundo. A bebé, vai para o berçário e o Miguel fica a aguardar. Foram horas a fio ali à espera de uma notícia, até que o médico saiu para poder falar com ele:
            - A sua mulher teve que ser submetida a uma operação, foi-lhe diagnosticada uma embolia no coração…
            - Mas e como ela está?
            - Lamento mas o quadro clínico ainda é reservado, esperamos que nas próximas horas recupere a ver como está a reagir!
 
            O Miguel ficou sem saber como reagir, sentou-se à espera, sim porque ele ia esperar que a Maria acordasse, não era o melhor momento nem o iria fazer, mas tinha que lhe dizer o que sentia por ela. Enquanto vagueava pelo corredor, via mais bebés que nasciam, mães, pais e familiares felizes com o especial acontecimento. Lembrou-se de avisar os pais da Maria, sabia que os pais não tinham entendido a situação, mas afinal era a filha delas que estava num estado delicado, ali no Hospital.
 
            Falou com eles, mas parecia que não iam ceder.
            Algumas horas depois a porta ao fundo do corredor abre e ouve-se uma voz:
            - É aquele rapaz ali – indicava uma enfermeira.
            - Boa tarde, julgo que falamos hoje ao telefone, somos os pais da Maria.
            - Ah! São vocês – ficou o Miguel meio atrapalhado, mas contente por ter feito chamá-los à razão! – a Maria ainda não demonstrou melhoras, foi-lhe diagnosticada uma embolia no coração! Infelizmente não sabemos se vai recuperar, foi necessária uma intervenção cirúrgica.
            Os pais ficaram emocionados, era notória na cara a dor e o medo que sentiam. Entretanto, o Miguel levou-os à maternidade e mostrou-lhes a neta:
            - É aquela ali, é a menina mais bonita da maternidade. É cá uma mulher, cheia de força!!! – era de facto uma menina muito bonita, tinha muito cabelo, preto e brilhante, usava um fatinho amarelo e dormia, parecia um anjo. Os avós emocionaram-se e fizeram soltar uma lágrima.
            - Não podia deixar de avisar-vos, não podiam perder a oportunidade de conhecer a vossa neta e acompanhar-lhe o crescimento. – diz o Miguel. Após a um som sonoro, ouve-se:
            - Acompanhante de Maria Andrade… acompanhante de Maria Andrade, favor de comparecer junto ao consultório.
            O coração de Miguel pulou, agarrou nas mãos dos pais da Maria, como que pedindo e vai ter com o médico…
RM
Sinto-me: Com calor...

Segunda-feira, 7 de Agosto de 2006

III - Diário de Maria

            … Cruza-se com o Duarte, o pai da sua filha. Maria não sabia ao certo o que fazer, nem sabia se ele lhe ia falar. Mas ele teve a decência suficiente para se aproximar dela:
            - Estás muito bonita! Sabias?
            A Maria, desviou a conversa:
            - Estou bem e a nossa filha, sim porque é uma menina. Nunca te importaste em saber!!!
            Por entre estas palavras acabaram por discutir e a Maria saiu de lá para não se chatear mais!
Desorientada, vai caminhado e cada vez mais se afasta daquele sítio que tanto a magoou neste momento, embora seja um local que gosta. Vai até à praia, o mar sempre a acalmou, sentou-se e fica ali a contemplar o mar. Na hora da partida, ao levantar-se, nota que está molhada, entra em pânico, as águas tinham rebentado. Dirige-se ao hospital e pelo caminho manda uma mensagem ao Miguel, ao rapaz que conheceu nestas últimas semanas.
            As contracções começavam a aumentar e os intervalos entre elas, tornava-se mais pequeno. Finalmente chegou ao hospital, completamente alagada em suor. De imediato, é levada para observações. Enquanto era observada e realizava a última ecografia, o Miguel chega e acaba e fica a seu lado.
            O tempo de espera para que a dilatação fosse a suficiente parecia sufocar a Maria que respirava a um ritmo muito acelerado, alternando entre alguns suspiros. O Miguel segurava-lhe na mão e limpava-a, manteve-se muito firme, a seu lado, uma óptima ajuda. As contracções eram cada vez mais seguidas e as forças já pareciam faltar a Maria mesmo antes de o parto se realizar. Eis que chegou ao momento, a Maria tenta com que com todas as suas forças consiga deitar ao Mundo a sua filha.
 
            - Vamos, força! – diz o médico – respire e faça mais força!
            - Calma Maria está quase, eu estou aqui a teu lado – Diz o Miguel.
 
            Mas nada que lhe dissessem conseguia abrandar a dor que tinha e a vontade de expelir aquele belo ser do seu ventre e ver a sua filha. E é num grande movimento de contracção que consegue dar à luz, os médicos agarram no bebé que começa a chorar.
 
            - Tem aqui uma bela menina, parabéns ao pai! – diz o médico ao Miguel, que segura a bebé nos braços e nem teve tempo para dizer que não era o pai.
 
            A Maria cai sobre a cama, sem sentidos. Os médicos agarram na cama e correm pelo corredor e desaparecem ao fundo…
RM
Sinto-me: Com muita energia

Quarta-feira, 26 de Julho de 2006

II - Diário de Maria

            Três semanas mais tarde, o prazo dado pelo médico estava a uma semana! Maria já pouco conseguia fazer, a barriga que já era grande tinha crescido mais. Mesmo assim, era uma grávida muito gira. Nas últimas semanas, nas suas idas habituais à praia tinha descoberto um membro novo no seu grupo de amigos, um rapaz mais novo do que ela, um pouco mais! Realmente ele a divertia e tinha sido a sua única companhia nas últimas semanas, já tinham jantado juntos, iam ao cinema. Foi uma boa companhia para a Maria, desde que ela contara aos pais que estava grávida, a rigidez e inflexibilidade do seu pai fizera com que a expulsasse de casa, a mãe por sua vez decidiu acordar com a decisão do marido.
 
            Entretanto passaram-se, praticamente, 9 meses em que nem num destes longos e complicados dias, os pais lhe ligaram.
 
            Numa noite a Maria chora, em casa:
 
            - Mãe, tenho tantas saudades suas! Se ao menos não fizesse tudo o que o pai diz. Queria tanto que me tivesse ensinado o que posso fazer com a minha filha.
Até mesmo do pai tenho saudades, pena que é teimoso!
 
            E as lágrimas continuaram, até que se recostou na cama e acabou por adormecer.
 
            Na manhã seguinte, levantou-se cedo, mais animada e com vontade de passear! Tomou o pequeno-almoço, a sua filha não podia sentir fome e decidiu ir passear. Foi para um jardim, sentou-se num banco, estava um sol abrasador, viu imensas crianças a brincar o que a deixou muito bem disposta, agarrar na sua barriga e sorria, na ansiedade de ver o seu pequeno rebento fora do seu ventre.
 
            Levanta-se e vai dar uma volta a pé, vai até a um miradouro, tinha uma vista sobre toda a cidade, que adorava contemplar, mas eis que pelo caminho cruza-se com…
Sinto-me: À espera das Férias...

Sexta-feira, 21 de Julho de 2006

I - Diário de Maria

            Não queria que nada disto tivesse acontecido. Estou aqui sentada numa cadeira junto à janela do meu quarto, lá fora está um calor, é Agosto, e eu aqui com este “barrigão”. Oito meses, passaram-se oito meses e a barriga não parou de crescer.
            Sabes bebé lindo – com ternura acaricia a barriga – gosto muito de ti! Ponho-me aqui a imaginar, como és. Serás parecida comigo? Estou ansiosa pelo teu nascimento, por outro lado vou sentir falta desta barriga.
 
            E quando perguntares pelo teu pai? Que raiva!!!! Só posso te contar a verdade!
 
            Maria agora no telemóvel e liga, mas ninguém atende do outro lado:
            - Duarte, insistes em não me atender a chamada. Porque me fazes isto? Está quase a nascer e tu nem me perguntas como tem corrido a gravidez! Achas isto certo? Tudo estava bem até ao dia em que me engravidaste! E eu não queria, tu sabes que eu não queria! Fui tão burra, disseste que me deixavas e eu cega pelo amor, dei-me a ti! Espero que tenhas a decência de registar a tua filha, em teu nome.
 
            A Maria adorava estar junto ao mar. Mas, durante toda a gravidez grande parte do seu tempo, foi passado junto ao mar, onde as suas lágrimas se misturavam com o sal do mar, tentando afastar a mágoa do seu coração! Por outro lado, existia a afinidade e a grande alegria, daquela criança que trazia no ventre.
 
            Três semanas mais tarde…
Sinto-me: Bem, embora cansado!!!

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Desabafo...

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IX - Diário de Maria

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VII - Diário de Maria

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